segunda-feira, 8 de abril de 2013

I Formação Bando: CINEmatê

Filme: Caldeirão da Santa Cruz do Deserto (CE, 1985, Doc, Cor, 73 min.) 
Resgate da memória e da história da comunidade religiosa do Caldeirão, liderada pelo beato José Lourenço, que se organizava em moldes socialistas primitivos. Depois de alcançar grande progresso, a comunidade foi destruída pela polícia cearense e pelo bombardeio de aviões, em 1936, deixando mais de 2 mil camponeses mortos. A partir dos depoimentos dos remanescentes e dos símbolos da cultura popular, o filme faz uma reflexão sobre o poder, a liberdade e a luta pela terra.

Texto: O Riso Brincante de Oswald Barroso
Na noite da última lua cheia de março em São Lázaro o Bando Cumatê realizou a primeira sessão do CINEmatê, proposta de encontro a partir da mostra de vídeos, filmes, documentários e imagens que contextualizam ou ilustram o universo das manifestações populares brasileiras, das quais o grupo se propõe a estudar. Estreando a sessão, assistimos ao documentário “Caldeirão da Santa Cruz do Deserto”, produção cearense que contextualiza a região do Cariri Cearense, onde se desenvolve a manifestação que atualmente o bando está se propondo a pesquisar e experimentar nos seus encontros domingueiros, o Reisado de Congo do Ceará. Rafael Rolim e Maíra Valente puxaram a discussão em torno do filme e dos seus conhecimentos e experiências sobre o contexto da região e sobre a manifestação popular pesquisada e vivenciada por ambos, o Reisado de Congo do Ceará. Assim, tendo iniciado os trabalhos de formação, o Cinematê abriu espaço para que os nossos encontros de quarta-feira sejam também organizados para estudar, pesquisar e trocar conhecimentos, experiências e vivências particulares e comuns dentro do grupo. Iluminados, nos despedimos do encontro dando um até breve: até a próxima Lua... nova ou cheia!

Por Milena Almeida 


A ideia do Cinematê se deu a partir da necessidade do grupo em criar um espaço de formação para que através do recurso audiovisual, da leitura de obras literárias, relatos de experiências, ou até mesmo, a partir de exercícios e dinâmicas artísticas, o bando realizasse a sua formação em conjunto, fazendo do espaço coletivo um espaço para integrar e trocar saberes e experiências comuns.