sábado, 20 de abril de 2013

BRINCADEIRA DA CAIXA CUMATÊ


DEIXA DE MÃNHA, entre na roda e brinque!



DEIXÁ DE MÃNHA,
LARGA ESSE DOCE
BOTA A CAIXA DANÇÁ
RACUTEIA, MARACATRAQUEIA

BOTA CAIXA RODÁ
BOTA CAIXA RODÁ

Ê, MEU BOI
PEGA ESSA MENINA QUE NÃO TEM
MEDO DE FOGO
DE BULIR CUM  POVO

OUTRA VEZ PRA BRINCÁ
OUTRA VEZ PRA BRINCÁ
                                                                                        


A brincadeira surge em uma de nossas reuniões semanais junto da ideia de autogerimos uma fonte de arrecadação de recursos, mesmo que simbólicos, para a manutenção das ações do grupo. Assim, pensamos numa caixinha de contribuições que pudesse rodar todos os domingos, no final de nossos ensaios, entre os presentes. Aline, se encarregou de compor, enfeitar, embelezar uma caixinha e trazer no domingo seguinte. EITA!!! Num é que a nega apareceu com uma belezura de caixa e uma toada de coco misturada com boi pro bando saracotear junto com ela!

É como uma passada de chapéu, cada um contribui com o que pode e tem na hora. Então, todos os domingos após o ensaio do bando realizamos uma brincadeira de roda usando elementos que se aproximam da umbigada e da punga, dois símbolos característicos de muitas brincadeiras e manifestações populares brasileiras.  



A brincadeira é simples, veja só:

Formando uma grande roda, todos os presentes participam cantando e tocando a música da brincadeira. Uma dupla inicia dançando no centro da roda segurando a caixa entre os umbigos sem o auxílio das mãos, não podem deixar a caixa cair! Quem vai contribuir, escolhe uma dupla para seguir a brincadeira e dançando até o centro depositam as quantias assumindo a caixa nos umbigos. A música segue até todas as pessoas que queiram, tenham brincado, contribuído com a caixa e com o bando.

Mas, quem deixar a caixa cair.... Vixe Maria!!!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

I Formação Bando: CINEmatê

Filme: Caldeirão da Santa Cruz do Deserto (CE, 1985, Doc, Cor, 73 min.) 
Resgate da memória e da história da comunidade religiosa do Caldeirão, liderada pelo beato José Lourenço, que se organizava em moldes socialistas primitivos. Depois de alcançar grande progresso, a comunidade foi destruída pela polícia cearense e pelo bombardeio de aviões, em 1936, deixando mais de 2 mil camponeses mortos. A partir dos depoimentos dos remanescentes e dos símbolos da cultura popular, o filme faz uma reflexão sobre o poder, a liberdade e a luta pela terra.

Texto: O Riso Brincante de Oswald Barroso
Na noite da última lua cheia de março em São Lázaro o Bando Cumatê realizou a primeira sessão do CINEmatê, proposta de encontro a partir da mostra de vídeos, filmes, documentários e imagens que contextualizam ou ilustram o universo das manifestações populares brasileiras, das quais o grupo se propõe a estudar. Estreando a sessão, assistimos ao documentário “Caldeirão da Santa Cruz do Deserto”, produção cearense que contextualiza a região do Cariri Cearense, onde se desenvolve a manifestação que atualmente o bando está se propondo a pesquisar e experimentar nos seus encontros domingueiros, o Reisado de Congo do Ceará. Rafael Rolim e Maíra Valente puxaram a discussão em torno do filme e dos seus conhecimentos e experiências sobre o contexto da região e sobre a manifestação popular pesquisada e vivenciada por ambos, o Reisado de Congo do Ceará. Assim, tendo iniciado os trabalhos de formação, o Cinematê abriu espaço para que os nossos encontros de quarta-feira sejam também organizados para estudar, pesquisar e trocar conhecimentos, experiências e vivências particulares e comuns dentro do grupo. Iluminados, nos despedimos do encontro dando um até breve: até a próxima Lua... nova ou cheia!

Por Milena Almeida 


A ideia do Cinematê se deu a partir da necessidade do grupo em criar um espaço de formação para que através do recurso audiovisual, da leitura de obras literárias, relatos de experiências, ou até mesmo, a partir de exercícios e dinâmicas artísticas, o bando realizasse a sua formação em conjunto, fazendo do espaço coletivo um espaço para integrar e trocar saberes e experiências comuns.